terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tess Gerritsen e a série policial Rizzoli e Isles - leitura de novembro para o fórum!

Conheci Tess Gerritsen através de uma indicação da minha chefe (na época) em 2005 ou 2006. Costumo dar muito crédito quando pessoas que me conhecem bem acreditam que vou me identificar com a leitura. E com esta indicação em especial a experiência foi muito boa!

Comecei pelo famoso O Cirurgião e não parei mais. Se antes eu já gostava do gênero suspense policial, pude perceber que o chamado suspense médico também me agrada ainda mais. ;)

Tess, nome escolhido por Terry Gerritsen, nasceu na China em 1953, mas emigrou bem pequena com sua família para os Estados Unidos, onde vive até hoje. Formou-se em medicina e exerceu a profissão apenas até ter certeza que sua vocação era outra: a escrita. ;)

A autora conheceu o sucesso de vendas e de crítica com Harvest, publicado em 1996. Esta é a sua primeira aventura no subgênero que a consagrou: o thriller médico. Desde que começou a escrever, Tess produziu 26 livros de ficção; todos na área do suspense, e 17 deles suspenses "médicos". 

Com O Cirurgião, de 2001, a escritora alcançou sucesso mundial e hoje está traduzida em mais de 30 línguas. A partir desse livro, Tess inicia uma série que conta com duas personagens principais: Rizzoli, a policial, e Maura Isles, a médica legista. São estes os livros dela que eu adoro! ;)



Livros da Série Rizzoli & Isles publicados no Brasil na ordem de escrita:
O Cirurgião (escrito em 2001)
O Dominador (2002)
O Pecador (2003)
Dublê de Corpo (2004)
Desaparecidas (2005)
O Clube Mephisto (2006)
Relíquias (2008)
Gélido (2010)

Além destes, Tess publicou recentemente mais um que ainda não chegou por aqui e que já desejo muito ler!!! (The Silent Girl, 2011)

Li todos os livros da série Rizzoli & Isles publicados no Brasil e meus preferidos são: O CirurgiãoDesaparecidas, O Clube Mephisto e Gélido. (Dublê de Corpo também é muito bom e, por ser o primeiro centrado em Isles, também figura nos meus preferidos! ;)

Uma das características que mais gosto nos suspenses de Tess dessa série é a forma como ela entrelaça aspectos da vida e da psicologia individual das suas duas personagens principais no contexto da investigação dos crimes. E é por isso, aliás, que acho que a série é muito melhor quando lida na ordem; de modo algum sugiro que se leia um dos livros do meio ou fim primeiro: perder a conexão é perder parte da graça da série.


Tess também é especialista desfechos e em cenas finais; a escrita dela mantém a tensão e o suspense em vários momentos do livro; mas os finais são (quase) sempre cheios de adrenalina! Fora isso, gosto muito das suas ideias para os crimes e as relações dos mesmo com mazelas sociais. Os meus livros preferidos são aqueles que acho melhor executados em termos justamente da conexão entre o fundamento do suspense (o fio condutor), enredo e entrelaçamento com as histórias pessoais de Rizzoli e Isles.

Entretanto, sua escrita não é uniforme (até porque ela escreve um livro por ano, gente!) e, em alguns livros, acho que ela exagera nos clichês e no tratamento dado a alguns aspectos ligados às personagens título da série. Em outros, a caracterização dos demais personagens envolvidos não é tão bem feita (como em Relíquias). Mas nada disso ofusca o brilho de Tess: a cada lançamento novo da série eu corro na livraria e ela tem toda minha atenção por uns dois dias de leitura reconfortante. =D

Agora preciso compartilhar uma coisa com vocês: odiei com todas as minhas forças a série de TV feita pela Fox "inspirada" nos livros da Tess! Nossa, eles conseguiram arrasar com Rizzoli e Isles e descaracteriza-las completamente transformando-as em caricaturas de barbies do suspense médico. O verdadeiro horror, o horror... Fujam!

Já li também outros suspenses de Tess como O DelatorO Jardim de Ossos e Life Support. Destes eu não gostei em absoluto apenas de O Delator que não é um suspense médico e eu achei muito fraco o enredo (apesar de partir de uma ideia interessante).

Para os amantes de suspense médico ou de suspense em geral, deixo a recomendação: confiram o trabalho de Tess Gerritsen começando por O Cirurgião. Serão horas de prazer literário e forte tensão garantidas; coisa que amamos muito, não é mesmo? ;)

E para quem precisa de um incentivo maior: O Cirurgião é o livro de debate do mês de novembro do Fórum Entre Pontos e Vírgulas! Esperamos vocês para o debate a partir do dia 20/11 no blog do fórum.

Abraços!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sete dias em River Falls de Alexis Aubenque

Quais os ingredientes de um bom romance policial?

Creio que eles variam para cada leitor, mas temos de reconhecer que o mistério (a tensão), o carisma dos personagens (especialmente os investigadores), a motivação para o crime (e com ela a exploração dos aspectos psicológicos do assassino ou das mazelas sociais) e o enredo são elementos que procuramos em livros deste gênero. Certo?

Pois Sete dias em River Falls é um exemplo de policial que me cativou do ponto de vista do desenvolvimento dos personagens (que são muitos!) e pela capacidade de manter a tensão.

Uma questão que eu já gostei logo de cara foi o fato do escritor limitar a trama aos sete dia do título (rs). Os dias vão passando, o enredo crescendo e a tensão se mantém; o que me levou a devorar o livro em um único dia para chegar a solução do caso! ;)

No primeiro dia, somos apresentados ao crime: o assassinato brutal de duas garotas que cursavam a Universidade local, e à movimentação em torno do fato em uma cidade relativamente pequena. O xerife de River Falls, Mike Logan, assume o caso com ajuda de membros da sua ex-equipe de trabalho em Seattle: o legista Nathan Blake e a psicóloga forense Jéssica Hurley. Ao mesmo tempo em que a dinâmica da investigação vai se desenvolvendo, acompanhamos a reação de Sarah Kent, estudante da universidade local, aos assassinatos e de toda sua "turma". Essa dinâmica dupla se desenrola até o final do livro: acompanhamos a investigação e as reações e vivências dos estudantes, bem como de outros personagens da cidade que vão aparecendo ao longo da trama.

Como falei no início, uma das coisas que mais me atrai em um policial é o desenvolvimento dos personagens - investigadores e esse também foi um aspecto que eu gostei na trama de Aubenque: Mike Logan é o policial que cansou da violência da cidade grande (Seattle) e fugiu de uma relação amorosa com Jéssica Hurley (sim, a psicóloga forense que vem para River Falls ajudá-lo!!!). Enquanto Hurley é racional e serena, Logan está visivelmente abalado desde a descoberta do crime: um serial killer em uma cidade pequena como RF é tudo o que ele não esperava quando se tornou sherife. Aos poucos vamos descobrindo que sua irritação passa também por memórias de um caso do seu passado em Seattle (não resolvido?) que envolve a agente Hurley... (ótimo gancho para o próximo livro da série! rs).

Outra coisa que Aubenque faz que chama a atenção é a capacidade de ir desenvolvendo o enredo sempre explorando aspectos distintos de acordo com o personagem envolvido. Alguns dos temas abordados: a relação da imprensa com casos de serial killers / violência, as diferentes estratégias de "sobrevivência" e relações amorosas no meio universitário, a ação da polícia (questionada de um ponto de vista ético), os estereótipos sociais e seu caráter nocivo para o estabelecimento de relações humanas.

Enfim, "Sete dias em River Falls" é um daqueles suspenses que vale a pena tanto como entretenimento, quanto como uma leitura que nos intriga por lançar várias questões relevantes sobre a forma como os crimes se relacionam com práticas impulsionadas pela estrutura social.

Falei das minhas impressões desta leitura também em vídeo: para ver é só clicar aqui!


Abraços!

*Ganhei esse livro de presente para conhecer o Selo Vertigo da Editora Autêntica. Agradeço pela atenção, Sabrina!